Servir a Deus, como Jesus nos ensinou, jamais foi uma proposta de submissão.
Servir a Deus, de acordo com a Boa Nova e o Espírito Santo, é ser parceiro de Deus, é ser parceiro de Jesus. Tanto o Pai quanto o Filho iniciou uma obra que precisa de nossa contrapartida para que seja concluída ou satisfatoriamente manifesta.
O Pai nunca se ofendeu com o fato de crermos ou não Nele e tão pouco este foi o motivo de Jesus estar muitas vezes aborrecido com os discípulos e com a multidão. Acreditar nisto é atribuir um sentimento de vaidade ao Criador, que mais revela quem somos nós do que a essência da Graça.
A chama do Espírito Santo não só ilumina e aquece como também nos enche de Graça (Gratia plena!). É prudente obedecer ao Senhor não por tolo servilismo, mas porque estamos diante de um Mestre e, é claro, é muito mais produtivo confiarmos em alguém que saiba o que está realizando. Reconhecer que estamos diante do Senhor nos enche de Graça porque nos leva ao êxito e a alegria da vitória. O erro é atraso! E isso é o que mais incomoda o Senhor porque a Misericórdia é uma bênção refém de si mesma: a inquietação resulta do desequilíbrio entre merecer a Graça e a necessidade da Luz e Calor do Espírito Santo. Se por um lado deixamos de merecer a Graça, o Pai jamais irá desamparar os filhos negando-lhes a força e beleza da chama do Espírito Santo. Porque o Espírito Santo é inspiração e só por meio Dele chegaremos ao Pai. Se algo entristece o Pai é a distância do filho errante; por isso o regozijo quando o filho retorna.
Precisamos retornar ao seio do Pai ! Esta é a simples e maravilhosa mensagem!
Mas, nós suspeitamos da simplicidade e ansiamos por feitos extravagantes e de êxtase, por isso preferimos, muitas vezes, ajoelhar diante do abominável bezerro de ouro. Abominável por ser tolice, abominável por ser pura superstição, isto é, um pré -requisito para a submissão.
Amar como Jesus amou não é algo impossível, mesmo porque Ele nos ensinou como amar. Amar como Jesus amou está longe de negarmos a nós mesmos e todas as nossas necessidades, mas a grande verdade é que para tudo há o seu devido tempo e esperar e confiar são grandes passos para vivermos a Eterna Graça. "Ponha-te em pé e falarei contigo", quantas vezes isso foi repetido?
Voltemos ao seio do Pai sem receios porque já fomos punidos sem a sua presença. Não devemos estranhar ao encontrá-Lo de braços abertos! Voltemos!
domingo, 30 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Jesus: o inigualável
Para começar a conversa, eu amo o Natal! É uma data que sempre fez com que eu olhasse para mim mesmo.
Não condeno as festas, mas também não sou muito chegado naquela coisa de gente em volta da mesa babando no decote da cunhada. Eu me emociono é com a ideia de um deus nascendo, da glória num estado de fragilidade e solicitando os nossos cuidados - o nosso protetor carecendo de nossa proteção - de um deus banguela sorrindo e chutando o ar a cada micagem ao redor do berço.
Eu amo a ideia de um deus vivo! Arrotando depois de mamar e sujando a fralda com um belo creme de abacate! Eu penso em Jesus em tudo que ele fez e em tudo que eu deixei de fazer por medo de nascer novamente e precisar de colo, por vergonha de sorrir banguela ou por medo de sujar as fraldas. Por não aceitar a debilidade no momento de aprendizagem! Por não aceitar as grades do berço no momento de inconsistência. Um deus passou por isso para nos mostrar a sua graça porque já estava cansado de mostrar ira!
Grande mestre que foi, além de nos ensinar o extraordinário, jamais se furtou de nos ensinar o mais ordinário: o médico precisa estar mais entre os doentes do que nos palácios, desfrutando de comendas e banquetes.
A Boa Nova sempre jorra com frescor, transforma a água em vinho e o oferta ao fim da festa para que as bodas sejam auspiciosas e para que se evite os deselegantes buxixos das matronas. Porque o mestre generoso vivenciou na pele a fragilidade de um começo e todo começo, mais que carecer, merece infinitas e efusivas bênçãos. Votos de êxitos, promessas de solidariedade. Tapinhas nas costas? Que sejam...
Ocorreu-me de dizer que Jesus é ímpar, mas confesso que hesitei com receio de ouvir de algum engraçadinho: "claro que é, ele é o décimo terceiro entre os doze apóstolos..."
Hesitamos muito, receiamos muito para manter um ambiente agradabile e com isso nos limitamos.
Considerei mais adequado a palavra inigualável. Pois, sabendo o quanto as pessoas o seguiam só por causa do pão, sem dar a mínima às suas palavras; que assaltavam a sua privacidade até pelo telhado, mas não o defendiam das armadilhas; que interrompiam a sua conexão com o reino dos ceus, pedindo consolos para dramas irrisórios e mesquinhos; que inevitavelmente seria traído e negado pelos seus... mesmo assim, ele pagou a conta da última ceia.
Hy Ho!
Não condeno as festas, mas também não sou muito chegado naquela coisa de gente em volta da mesa babando no decote da cunhada. Eu me emociono é com a ideia de um deus nascendo, da glória num estado de fragilidade e solicitando os nossos cuidados - o nosso protetor carecendo de nossa proteção - de um deus banguela sorrindo e chutando o ar a cada micagem ao redor do berço.
Eu amo a ideia de um deus vivo! Arrotando depois de mamar e sujando a fralda com um belo creme de abacate! Eu penso em Jesus em tudo que ele fez e em tudo que eu deixei de fazer por medo de nascer novamente e precisar de colo, por vergonha de sorrir banguela ou por medo de sujar as fraldas. Por não aceitar a debilidade no momento de aprendizagem! Por não aceitar as grades do berço no momento de inconsistência. Um deus passou por isso para nos mostrar a sua graça porque já estava cansado de mostrar ira!
Grande mestre que foi, além de nos ensinar o extraordinário, jamais se furtou de nos ensinar o mais ordinário: o médico precisa estar mais entre os doentes do que nos palácios, desfrutando de comendas e banquetes.
A Boa Nova sempre jorra com frescor, transforma a água em vinho e o oferta ao fim da festa para que as bodas sejam auspiciosas e para que se evite os deselegantes buxixos das matronas. Porque o mestre generoso vivenciou na pele a fragilidade de um começo e todo começo, mais que carecer, merece infinitas e efusivas bênçãos. Votos de êxitos, promessas de solidariedade. Tapinhas nas costas? Que sejam...
Ocorreu-me de dizer que Jesus é ímpar, mas confesso que hesitei com receio de ouvir de algum engraçadinho: "claro que é, ele é o décimo terceiro entre os doze apóstolos..."
Hesitamos muito, receiamos muito para manter um ambiente agradabile e com isso nos limitamos.
Considerei mais adequado a palavra inigualável. Pois, sabendo o quanto as pessoas o seguiam só por causa do pão, sem dar a mínima às suas palavras; que assaltavam a sua privacidade até pelo telhado, mas não o defendiam das armadilhas; que interrompiam a sua conexão com o reino dos ceus, pedindo consolos para dramas irrisórios e mesquinhos; que inevitavelmente seria traído e negado pelos seus... mesmo assim, ele pagou a conta da última ceia.
Hy Ho!
domingo, 16 de dezembro de 2012
Arcádia de Carmem VI
manuel antônio bandeiras
pousou de zorro
para a maior tela do mundo
se chamasse raimundo
enxada no ombro
lombo de jegue
reboque de muro
lata d' água na cabeça
grandes apuros
bal~
capelinha
de mel~
manjeric~
cravo de bem
com a rosa
volpirinhas
do coreto
inté as sacadas
devoç~
s~ jo~
mais do que
o beijo
eu sou aquele
me ni ninho
que nos viu
beijar
que cutucou
a mãe
na fila
da roda gigante
maçã do amor mor
carmencita
preciso ouvir
tua respiração maior parte do tempo
o limiar
entre o mágico
e o trágico
é apenas
um sopro
os teus beijos são chupar
uvas caminhando debaixo das parreiras
meu pedaço
de universo
é no teu qorpo
mas que
um mito
amar é...
um rito
carmem é poesia
debaixo
de um ipê florido
kama rosa
sorvete de creme
cassis
papaia
massagem
nos pés
beijos jabuticabas
puer eternus
eu garantido
você caprichosa
você garantida
caprichoso eu
debaixo
de um ipê florido
a casa planejada
a felicidade das crianças
e a certeza
de que desejar
é adiar
carmem é poesia
pousou de zorro
para a maior tela do mundo
se chamasse raimundo
enxada no ombro
lombo de jegue
reboque de muro
lata d' água na cabeça
grandes apuros
bal~
capelinha
de mel~
manjeric~
cravo de bem
com a rosa
volpirinhas
do coreto
inté as sacadas
devoç~
s~ jo~
mais do que
o beijo
eu sou aquele
me ni ninho
que nos viu
beijar
que cutucou
a mãe
na fila
da roda gigante
maçã do amor mor
carmencita
preciso ouvir
tua respiração maior parte do tempo
o limiar
entre o mágico
e o trágico
é apenas
um sopro
os teus beijos são chupar
uvas caminhando debaixo das parreiras
meu pedaço
de universo
é no teu qorpo
mas que
um mito
amar é...
um rito
carmem é poesia
debaixo
de um ipê florido
kama rosa
sorvete de creme
cassis
papaia
massagem
nos pés
beijos jabuticabas
puer eternus
eu garantido
você caprichosa
você garantida
caprichoso eu
debaixo
de um ipê florido
a casa planejada
a felicidade das crianças
e a certeza
de que desejar
é adiar
carmem é poesia
Arcádia de Carmem V
as gatas pretas
quebraram o espelho
pisaram na abóbora
acenderam velas coloridas
camaro nearam a moranga
carne seca pinga farofa
filhos dos becos
constelação pic nic
taverna formoseios
quadra quinze
rua sete
gaveta três
góticas
narciso
cigano galante
tamanqueia
sobremesas
adocica as damas
com a guitarra
cigarra
acalanta
as maryposas
baba stóryas
pelos olhos
gitana juras
café de chinitas
nieeeeeeeeeeetttttzsche!
saúde-flerte!
o espírito santo
quer pipoca
o mais fraco pede
e o mais forte
papa
juan carlos fernandes
de la dutra
nos acena com a mão
que não tem
e nos tira com a outra
perdido pela aurora
achado pela augusta
tara tá´tá tá
tara tá tá tara
tara tara
tara tá tá tá
uma duas piastras
três
tá tara tá
dez cansam
para que eu
possa descansar
dez calçam
para que eu
poça
descalçar
às 00:38
toca a música
que ouvimos
várias vezes
na lua de mel
os amigos riem
eu rio
sem ninguém saber
o porquê
minha sapinha minha
flor do ipê
nosso mais que sexo
é carinho
o beijo
e o sapo
que eu era
quebraram o espelho
pisaram na abóbora
acenderam velas coloridas
camaro nearam a moranga
carne seca pinga farofa
filhos dos becos
constelação pic nic
taverna formoseios
quadra quinze
rua sete
gaveta três
góticas
narciso
cigano galante
tamanqueia
sobremesas
adocica as damas
com a guitarra
cigarra
acalanta
as maryposas
baba stóryas
pelos olhos
gitana juras
café de chinitas
nieeeeeeeeeeetttttzsche!
saúde-flerte!
o espírito santo
quer pipoca
o mais fraco pede
e o mais forte
papa
juan carlos fernandes
de la dutra
nos acena com a mão
que não tem
e nos tira com a outra
perdido pela aurora
achado pela augusta
tara tá´tá tá
tara tá tá tara
tara tara
tara tá tá tá
uma duas piastras
três
tá tara tá
dez cansam
para que eu
possa descansar
dez calçam
para que eu
poça
descalçar
às 00:38
toca a música
que ouvimos
várias vezes
na lua de mel
os amigos riem
eu rio
sem ninguém saber
o porquê
minha sapinha minha
flor do ipê
nosso mais que sexo
é carinho
o beijo
e o sapo
que eu era
Arcádia de Carmem IV
joão bobo
gosta de fábula
fatomotivo que o levou
a estudar
do parco que frequentou a
sabiá gente
já aprendeu a sobiá
ininterruptamente
sobiava tudo que via
tudo que há via
precisava varsoviar
rinaldo carlos
bom camarada
água-doce
como cachaça
amigo de fé
irmão de baladas
d'euskera
abba purus
kiarostami
nhagatu
salamalei ponto com
uakti
sherazade
hay kays
smetake
millorminski
napo leões
dentes de almeida
periceci
vascos flamengos
neuro spinozistas
garças vermelhas de caranguejos
pigmentos cubatanenses
bois voadores
de nassaugarapa
index
bocaccio do inferno
deglutição
de sardinhas
envieirar-se
inté compostella
navarraguernica
recalque
(para ser lido como uma chamada tele 15 a cobrar não atendida)
cal
cal
cal
mas
muito mais
call mesmo
cal
cal
cal
gosta de fábula
fatomotivo que o levou
a estudar
do parco que frequentou a
sabiá gente
já aprendeu a sobiá
ininterruptamente
sobiava tudo que via
tudo que há via
precisava varsoviar
rinaldo carlos
bom camarada
água-doce
como cachaça
amigo de fé
irmão de baladas
d'euskera
abba purus
kiarostami
nhagatu
salamalei ponto com
uakti
sherazade
hay kays
smetake
millorminski
napo leões
dentes de almeida
periceci
vascos flamengos
neuro spinozistas
garças vermelhas de caranguejos
pigmentos cubatanenses
bois voadores
de nassaugarapa
index
bocaccio do inferno
deglutição
de sardinhas
envieirar-se
inté compostella
navarraguernica
recalque
(para ser lido como uma chamada tele 15 a cobrar não atendida)
cal
cal
cal
mas
muito mais
call mesmo
cal
cal
cal
Arcádia de Carmem III
ary ranha
ary tana
ary stóteles
ary do
ary stófanes
ary gó
do embu
an dante
allegro
largo
vivace
maxixe
choro
arcos da lapa
vou em boa hora
pra loloro
amigo do vinho
inimigo do rei
porto seguro
solidão
a mulher bem-me-quer
o leito que terei
tosquiar o tosco
lapidar não só
a pedra
media in via
erat lapis
sapo cururu
na beira do rio
quando o sapo canta, maninha
é que está no cio
endechas
cofiam
madeixas
absortas
pelo
vale
ludius laudat poesis
preces preços fede
domini cani in excelsis
compostella peregrino penitece
precipício preceptor est
ary tana
ary stóteles
ary do
ary stófanes
ary gó
do embu
an dante
allegro
largo
vivace
maxixe
choro
arcos da lapa
vou em boa hora
pra loloro
amigo do vinho
inimigo do rei
porto seguro
solidão
a mulher bem-me-quer
o leito que terei
tosquiar o tosco
lapidar não só
a pedra
media in via
erat lapis
sapo cururu
na beira do rio
quando o sapo canta, maninha
é que está no cio
endechas
cofiam
madeixas
absortas
pelo
vale
ludius laudat poesis
preces preços fede
domini cani in excelsis
compostella peregrino penitece
precipício preceptor est
Arcádia de Carmem II
lambo a cria
encostado no feno
afinando o cavaquinho
faço uma aliança
com palha de ninho
enquanto ela colhe cebolinha
o gaspacho de carmem
é mais gostoso que da vizinha
almofariz
açúcar
almofadas
ali aqui
cartas
doma
dom
domínios
domador
dominado
doméstico
domi cílios
moura
você certa vez
me disse
que cavalos alados
não existem
e que os selvagens
são sublimes
rasguei
minhas fantasias
e tantas outras
evitei tecer
aurora
se sincera
fosse
cincerro
aurora
teria
aurora
ninguém
temeria
aurora
ninguém
quereria
carmem não quis
a américa
eu não quero marte
guadalquivir de carmem
tiet^, paraíba, cuiabá
de ary
tourear carmem
só um saci é capuz
de fazer
redemoinhos de poeira
driblam os chifres
toda fita
enfeita uma dama
bizerros dentro do lobo
filtros de carmem
khalorosa
se a melancia
tiver gosto
de melancia
eu quero
me intoxicarei de azul e
spermaneserei
kamacontigo
encostado no feno
afinando o cavaquinho
faço uma aliança
com palha de ninho
enquanto ela colhe cebolinha
o gaspacho de carmem
é mais gostoso que da vizinha
almofariz
açúcar
almofadas
ali aqui
cartas
doma
dom
domínios
domador
dominado
doméstico
domi cílios
moura
você certa vez
me disse
que cavalos alados
não existem
e que os selvagens
são sublimes
rasguei
minhas fantasias
e tantas outras
evitei tecer
aurora
se sincera
fosse
cincerro
aurora
teria
aurora
ninguém
temeria
aurora
ninguém
quereria
carmem não quis
a américa
eu não quero marte
guadalquivir de carmem
tiet^, paraíba, cuiabá
de ary
tourear carmem
só um saci é capuz
de fazer
redemoinhos de poeira
driblam os chifres
toda fita
enfeita uma dama
bizerros dentro do lobo
filtros de carmem
khalorosa
se a melancia
tiver gosto
de melancia
eu quero
me intoxicarei de azul e
spermaneserei
kamacontigo
Arcádia de Carmem
por Ary do Embu
dedicatórias
A Cassiano Ricardo e a Monteiro Lobato, minhas duas portas da percepção.
introdução
pelas mãos do tempo
o literal tornou-se
metáfora
canto contínuo
a vida
convida
com vida
fútil
útil
sutil
não são
as aulas de piano,
o vestido,
as joias,
o bem falar
nem o discreto bocejar
que fazem
uma princesa
mas sim
o beijo
para um sapo
nada é mais
extraordinário
que ser beijado
musa
grandes poetas
possuem musas
poetas à margem
como eu
apenas musas
exu-madas
porém si
a musa
exumada
musa
quiser que
eu suma
eu sumo
sacerdote
cortejo
a musa
a primeira
impressão
é a que
mortifica
arcádia de carmem
úberes belos de carmem
unhas, bocas, cintas-liga
últimas bandeiras de conquista
uma bala na carne
o desejo une
a intolerância pune
a aflição zune
permanece o que é
feito da arte
bugre, bugiganga, buffet
bateia, barriga, batel
brocardo, boi, brio, buquê
um brinde pro cê
cicuta, cicio, cimitarra
cioso, cio, cinzel
cigarro, cicatriz, cigarra
chistes, choças, chitas: carmem
tantos imbecis
e para sempre vamos ser
um brinde pro ser
úlcera, ultraje, uivo
uiara, ultra-leve, ufanismo
uai, urbe, ubá
ubiquidade
umbilical, usina, urânio
urinol
urrar
no princípio
era o amém
e o amém
se fez carmem
carmem é um abismo de rosas
que tinta de vermelho
toda terra
seus olhos são sois
omnia temperant
gerei-a em minha coxa
saltou ela já adulta
de minha cabeça
tremulando guizos
batendo cascos
ainda guardo as asas
do cisne que fui
para comer carmem
ars amatória
me abrace
me abrase
carmem
olhos boquiabertos
la mujer
não é a roupa
que veste
ou despe
a maja
desnuda-se
no jeito
de olhar
cruzar pernas
sesta
lá
lá lá
ré ré
sol sol
mi mi
neto de viscondes
filho da marquesa
traz de seus pais traços muito fortes:
trabalhador incansável,
com o machado em punho,
abriu picadas à cata de
novas ervas
o caminho lhe deu por acréscimo
animais, tribos, paisagens e lendas
da mãe: o dom de queimar navios
e contagiar pessoas
curioso, aproximou-se dos carijós
estes, afeiçoados, lhe deram um pingente;
carregado por ele sempre
junto ao crucifixo, na mesma corrente.
os sertões guardam suas mais terríveis
lembranças de guerra
eça experiência lhe proporcionou
compreender além das mágoas
tudo que nos cerca
virgílio de dante
cassiano de ary
o banho de rio do menino cassiano
aula de latim
metamorfoses
ninfas habitam o rio
o prazer de nadar também
bedel cochilo
fim de recreio?
tarde dos asnos de apuleio
mergulho enrosco
muita água
intrépidos amigos são bombeiros
vir à tona
fato façanha devaneio
uiara
cabelos verdes
olhos amarelos
a espiei entre os caniços
fauno fez-me o desejo
um caniço feriu-me o peito
peitos!
vocês nunca viram
a prendi flauta
fiz-me
seresteiro
cecília
aliciava
alice
alice
deliciava
cecília
ciciavam a si
mar
aves
ilhas
haverá alguém
senhor de si?
carmem
meu cafezal
em flor
de acácia
quero te ouvir
com os poros
irei bus
car
a penumbra
ombro ombro
covil úmida
te sondar
inté achar
a flauta
que me roubaram
ancas
cãs
ancas
ancas
cãs
cãs
inclina
crina
taturana
corre com os lobos
tchocolath
nakama
crina
ancas
ancas
cãs
dedicatórias
A Cassiano Ricardo e a Monteiro Lobato, minhas duas portas da percepção.
introdução
pelas mãos do tempo
o literal tornou-se
metáfora
canto contínuo
a vida
convida
com vida
fútil
útil
sutil
não são
as aulas de piano,
o vestido,
as joias,
o bem falar
nem o discreto bocejar
que fazem
uma princesa
mas sim
o beijo
para um sapo
nada é mais
extraordinário
que ser beijado
musa
grandes poetas
possuem musas
poetas à margem
como eu
apenas musas
exu-madas
porém si
a musa
exumada
musa
quiser que
eu suma
eu sumo
sacerdote
cortejo
a musa
a primeira
impressão
é a que
mortifica
arcádia de carmem
úberes belos de carmem
unhas, bocas, cintas-liga
últimas bandeiras de conquista
uma bala na carne
o desejo une
a intolerância pune
a aflição zune
permanece o que é
feito da arte
bugre, bugiganga, buffet
bateia, barriga, batel
brocardo, boi, brio, buquê
um brinde pro cê
cicuta, cicio, cimitarra
cioso, cio, cinzel
cigarro, cicatriz, cigarra
chistes, choças, chitas: carmem
tantos imbecis
e para sempre vamos ser
um brinde pro ser
úlcera, ultraje, uivo
uiara, ultra-leve, ufanismo
uai, urbe, ubá
ubiquidade
umbilical, usina, urânio
urinol
urrar
no princípio
era o amém
e o amém
se fez carmem
carmem é um abismo de rosas
que tinta de vermelho
toda terra
seus olhos são sois
omnia temperant
gerei-a em minha coxa
saltou ela já adulta
de minha cabeça
tremulando guizos
batendo cascos
ainda guardo as asas
do cisne que fui
para comer carmem
ars amatória
me abrace
me abrase
carmem
olhos boquiabertos
la mujer
não é a roupa
que veste
ou despe
a maja
desnuda-se
no jeito
de olhar
cruzar pernas
sesta
lá
lá lá
ré ré
sol sol
mi mi
neto de viscondes
filho da marquesa
traz de seus pais traços muito fortes:
trabalhador incansável,
com o machado em punho,
abriu picadas à cata de
novas ervas
o caminho lhe deu por acréscimo
animais, tribos, paisagens e lendas
da mãe: o dom de queimar navios
e contagiar pessoas
curioso, aproximou-se dos carijós
estes, afeiçoados, lhe deram um pingente;
carregado por ele sempre
junto ao crucifixo, na mesma corrente.
os sertões guardam suas mais terríveis
lembranças de guerra
eça experiência lhe proporcionou
compreender além das mágoas
tudo que nos cerca
virgílio de dante
cassiano de ary
o banho de rio do menino cassiano
aula de latim
metamorfoses
ninfas habitam o rio
o prazer de nadar também
bedel cochilo
fim de recreio?
tarde dos asnos de apuleio
mergulho enrosco
muita água
intrépidos amigos são bombeiros
vir à tona
fato façanha devaneio
uiara
cabelos verdes
olhos amarelos
a espiei entre os caniços
fauno fez-me o desejo
um caniço feriu-me o peito
peitos!
vocês nunca viram
a prendi flauta
fiz-me
seresteiro
cecília
aliciava
alice
alice
deliciava
cecília
ciciavam a si
mar
aves
ilhas
haverá alguém
senhor de si?
carmem
meu cafezal
em flor
de acácia
quero te ouvir
com os poros
irei bus
car
a penumbra
ombro ombro
covil úmida
te sondar
inté achar
a flauta
que me roubaram
ancas
cãs
ancas
ancas
cãs
cãs
inclina
crina
taturana
corre com os lobos
tchocolath
nakama
crina
ancas
ancas
cãs
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