"---Sois belas, mas vazias --- continuou. --- Não se pode morrer por vós."
Tantas são as causas e bandeiras para se defender.
Há bandeiras e demandas impostas pelas circunstâncias porque abrigam pessoas mobilizadas e tomam conta da Agenda. E isso é bom!
Há bandeiras e compromissos que o eleito só conhece depois de eleito! Isso também e bom!
Muitas vezes nos esquecemos de que a Política é uma sobreposição de contratos e expectativas tecidas por vários segmentos.
Assim como afirma Pareto, 80 % dos seus esforços são destinados para causas distantes daquilo que o político propunha e os 20% de sua Agenda, quem sabe, poderá ser dedicado aos seus compromissos originais. Muito bom que seja assim! Afinal, o político trabalha para todos. Por isso mesmo ninguém sai plenamente satisfeito. Foge da percepção de muitos de que o adversário também paga impostos e também pode ser mais organizado.
"--- Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei."
É claro, antes de você, outros políticos tinham as próprias rosas, outros segmentos tinham as próprias rosas. Quem chega agora, caso não utilize de força e respeite as regras ainda vigentes, vai ser o último da fila.
Cada bandeira é regada por seus Pequenos Príncipes e cabe ao aviador no meio do deserto parar de consertar seu avião para atender às solicitações desta linda figura fantástica, que surge aparentemente do nada.
A Política é o campo das concessões entres tantas exigências díspares ou excludentes. A solução é definir prioridades.
"--- Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas)."
Quem investe em uma campanha eleitoral quererá retorno destes investimentos,
Quem defendeu o seu nome diante de amigos quererá retorno desta exposição,
Quem dedicou suas orações a você quererá o retorno da preciosa energia emanada.
Isso é muito bom,
Isso é legítimo,
Isso deve ser cumprido para corresponder às pessoas que confiaram em você!
A diferença não está no que fazer, mas em como fazer!
O resultado pode ser o mesmo, mas é essencial que o produto seja diferente!
Hy Ho!
domingo, 29 de julho de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
Ritual ou O Pequeno Príncipe para Políticos XV
"--- Que é um ritual?" --- perguntou o principezinho.
"--- É uma coisa muito esquecida também ---disse a raposa.
A raposa define ritual como algo que faz um dia diferente dos outros; horas diferentes, das outras horas.
Isto é, alguma coisa que valorize o momento, que o faça ser lembrado com emoção.
Não temos energia para fazer de todo momento um momento único. Mais uma vez, coitado do político! Para a pessoa que vê o político pela primeira vez é um momento único e para o político pode não ser, existe um descompasso aí.
Na Agenda dos políticos inclui-se a concorrência de quem promove um ritual melhor do que o outro. Este ritual pode ser o atendimento, um telefonema, uma carta de felicitação pelo aniversário, a solenidade das sessões e a campanha eleitoral.
Sem dúvida a eleição é o ritual mais extenso de todos: 12 semanas de contato direto com a população mais a costura de alianças no período pré-eleitoral.
Tudo isso quase sempre é bastante estressante porque os rituais são rígidos e é possível considerar que são propositalmente elaborados para excluir pessoas. Quem está disposto a aprender maneirismos, gestos e trejeitos como se fossem senhas para interagir com alguém que possa patrocinar seus projetos?
Mais uma vez a lição da raposa: ritual para fazer um dia único? Que nada! Ritual para tornar tudo previsível!
"--- Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!"
Há algo que não podemos nos esquecer: de quem é que aprendemos as coisas! Uma raposa nos ensinará a agir como raposas, pois é só isso o que ela tem pra ensinar. Não há nada de errado nisso! Nós que aprendemos é que precisamos identificar essa natureza!
Claro que é essencial cumprirmos os rituais já convencionados, porém cabe a nós preenchê-los de significados reais tanto para nós quanto para as pessoas, caso contrário, todo evento não passará de momentos tolos e estafantes.
A Sociedade muda, em saltos, de 4 em 4 anos e novas exigências são acrescentadas e muitos continuam oferecendo coisas antiquadas como se fossem verdades eternas. A Sociedade é mais hábil e ágil que as instituições e é saudável e prudente que seja assim , porém o fosso não deve ser tão grande e fundo e é ofício dos políticos construir várias pontes entre gestos e propósitos, entre planos e objetivos e entre memória e significado.
A transparência nos torna previsíveis e isso é importante para quem nos acompanha e com isso somos um alvo fácil, porém seguro antes de sermos atingidos. Tão vulnerabilidade é um gesto de coragem para quem não tem o que esconder.
Mas há muitos rituais obscuros, que só interessam às raposas!
Hy Ho!
"--- É uma coisa muito esquecida também ---disse a raposa.
A raposa define ritual como algo que faz um dia diferente dos outros; horas diferentes, das outras horas.
Isto é, alguma coisa que valorize o momento, que o faça ser lembrado com emoção.
Não temos energia para fazer de todo momento um momento único. Mais uma vez, coitado do político! Para a pessoa que vê o político pela primeira vez é um momento único e para o político pode não ser, existe um descompasso aí.
Na Agenda dos políticos inclui-se a concorrência de quem promove um ritual melhor do que o outro. Este ritual pode ser o atendimento, um telefonema, uma carta de felicitação pelo aniversário, a solenidade das sessões e a campanha eleitoral.
Sem dúvida a eleição é o ritual mais extenso de todos: 12 semanas de contato direto com a população mais a costura de alianças no período pré-eleitoral.
Tudo isso quase sempre é bastante estressante porque os rituais são rígidos e é possível considerar que são propositalmente elaborados para excluir pessoas. Quem está disposto a aprender maneirismos, gestos e trejeitos como se fossem senhas para interagir com alguém que possa patrocinar seus projetos?
Mais uma vez a lição da raposa: ritual para fazer um dia único? Que nada! Ritual para tornar tudo previsível!
"--- Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!"
Há algo que não podemos nos esquecer: de quem é que aprendemos as coisas! Uma raposa nos ensinará a agir como raposas, pois é só isso o que ela tem pra ensinar. Não há nada de errado nisso! Nós que aprendemos é que precisamos identificar essa natureza!
Claro que é essencial cumprirmos os rituais já convencionados, porém cabe a nós preenchê-los de significados reais tanto para nós quanto para as pessoas, caso contrário, todo evento não passará de momentos tolos e estafantes.
A Sociedade muda, em saltos, de 4 em 4 anos e novas exigências são acrescentadas e muitos continuam oferecendo coisas antiquadas como se fossem verdades eternas. A Sociedade é mais hábil e ágil que as instituições e é saudável e prudente que seja assim , porém o fosso não deve ser tão grande e fundo e é ofício dos políticos construir várias pontes entre gestos e propósitos, entre planos e objetivos e entre memória e significado.
A transparência nos torna previsíveis e isso é importante para quem nos acompanha e com isso somos um alvo fácil, porém seguro antes de sermos atingidos. Tão vulnerabilidade é um gesto de coragem para quem não tem o que esconder.
Mas há muitos rituais obscuros, que só interessam às raposas!
Hy Ho!
domingo, 1 de julho de 2012
Laços ou O Pequeno Príncipe para Políticos XIV
"--- Por favor...cativa-me!"
As pessoas destestam ficar à deriva e procuram de alguma maneira pertencer a alguém ou a algum lugar.
Podemos discutir se criar laços é realmente necessário, mas não podemos ser indiferentes que este é o desejo da maioria das pessoas. Elas querem uma tribo, marcas, âncora, planos, segurança e comprometimento.
Porém, há o medo da decepção!
Há o medo de oferecer muito e receber pouco de volta.
Há o medo de fracassar às expectativas do outro!
Há o medo da medida!
De ser medido!
Ou de medir errado!
Triste político...as pessoas ao escolherem você não tinham nenhuma certeza se fizeram a melhor escolha. Viva com isso!
Elas passam todo o mandato esperando uma confirmação.
Quem o escolheu teme confimar a escolha errada.
Quem não o escolheu torce contra você para que prevaleça o palpite de que você não era a melhor escolha.
Eu me pergunto sobre a insensatez de uma raposa, símbolo da liberdade, implorar para ser cativada e a conclusão a que chego é de que a insensatez é apenas aparente. A astuta raposa nada oferece em troca da felicidade promovida pelo pequeno príncipe e, de modo sutil, lhe impõe o dever de fazê-la feliz. Basta considerar que o segredo com que ela o presenteia não passa de uma maldição: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Coitado do Pequeno Príncipe! Percorreu planetas procurando amigos e descobre que para ter êxito neste propósito precisa prender quem tem a necessidade de se manter preso.
É um preço muito alto a ser pago para que as pessoas lembrem de você ao verem os campos de trigo, a ingratidão da raposa é declarada, como alguém conformada com a decepção e que tenta a sorte com indiferença:
"--- Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é muito triste! Mas tu tens os cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. Eu amarei o barulho do vento no trigo..."
Dar significado ao trigo e ao vento são tarefas que a raposa, com toda a sua habilidade, faria sem a colaboração de ninguém.
Hy Ho!
As pessoas destestam ficar à deriva e procuram de alguma maneira pertencer a alguém ou a algum lugar.
Podemos discutir se criar laços é realmente necessário, mas não podemos ser indiferentes que este é o desejo da maioria das pessoas. Elas querem uma tribo, marcas, âncora, planos, segurança e comprometimento.
Porém, há o medo da decepção!
Há o medo de oferecer muito e receber pouco de volta.
Há o medo de fracassar às expectativas do outro!
Há o medo da medida!
De ser medido!
Ou de medir errado!
Triste político...as pessoas ao escolherem você não tinham nenhuma certeza se fizeram a melhor escolha. Viva com isso!
Elas passam todo o mandato esperando uma confirmação.
Quem o escolheu teme confimar a escolha errada.
Quem não o escolheu torce contra você para que prevaleça o palpite de que você não era a melhor escolha.
Eu me pergunto sobre a insensatez de uma raposa, símbolo da liberdade, implorar para ser cativada e a conclusão a que chego é de que a insensatez é apenas aparente. A astuta raposa nada oferece em troca da felicidade promovida pelo pequeno príncipe e, de modo sutil, lhe impõe o dever de fazê-la feliz. Basta considerar que o segredo com que ela o presenteia não passa de uma maldição: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Coitado do Pequeno Príncipe! Percorreu planetas procurando amigos e descobre que para ter êxito neste propósito precisa prender quem tem a necessidade de se manter preso.
É um preço muito alto a ser pago para que as pessoas lembrem de você ao verem os campos de trigo, a ingratidão da raposa é declarada, como alguém conformada com a decepção e que tenta a sorte com indiferença:
"--- Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é muito triste! Mas tu tens os cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. Eu amarei o barulho do vento no trigo..."
Dar significado ao trigo e ao vento são tarefas que a raposa, com toda a sua habilidade, faria sem a colaboração de ninguém.
Hy Ho!
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